Microconto, ficção, psicanálise, mundo interior, autoconhecimento, clínica, literatura, entendimento, reflexão, sofrimento, alegrias.
Reflexos
Na cidade de espelhos, cada reflexo contava uma narrativa. As pessoas passavam o tempo olhando para suas próprias imagens, buscando respostas no interior de seus olhos refletidos. Mas, para Leo, os espelhos eram sinônimos de sofrimento.
Leo era um jovem artista, conhecido por suas pinturas vibrantes e cheias de vida. Mas, ultimamente, suas telas estavam vazias. Ele se sentia perdido, incapaz de encontrar inspiração em um mundo de reflexos.
Ele se sentou diante de um espelho, olhando para seu próprio rosto. Ele viu a tristeza em seus olhos, a tensão em sua mandíbula, a palidez de sua pele. Ele se sentiu afastado de si mesmo, como se estivesse encarando um estranho.
Então, ele pegou sua paleta e começou a pintar. Ele pintou sua tristeza, sua tensão, sua palidez. Ele pintou sua desconexão, sua solidão, sua dor. Ele pintou até que não houvesse mais espaço na tela, até que suas mãos estivessem cobertas de tinta.
Quando terminou, ele olhou para sua pintura. Era um retrato cru e honesto de sua dor, uma expressão visceral de sua luta interna. Ele se sentiu exposto, vulnerável, mas também aliviado.
Ele olhou para o espelho novamente e viu algo diferente. Ele viu a tristeza em seus olhos, mas também viu a força. Ele viu a tensão em sua mandíbula, mas também viu a determinação. Ele viu a palidez de sua pele, mas também viu a vida.
Ele percebeu que os espelhos não eram uma tortura, eram uma ferramenta. Eles eram uma maneira de se ver, de se conhecer, de se aceitar. Eles eram uma maneira de encontrar a inspiração que ele estava procurando.
Ele pegou sua paleta mais uma vez e começou a pintar. Ele pintou sua força, sua determinação, sua vida. Ele pintou sua conexão, sua alegria, sua esperança. Ele pintou até que a tela estivesse toda colorida, até que suas mãos estivessem sem tintas.
Quando terminou, ele olhou para o seu trabalho. Era um retrato vibrante e cheio de vida, uma expressão alegre de sua jornada interior. Ele se sentiu inspirado, energizado, vivo.
Ele olhou novamente para o espelho e sorriu. Ele viu a si mesmo, com todas as suas imperfeições, todas as suas lutas, todas as suas vitórias. Ele se viu como era, como é, como poderia ser. E ele se sentiu em paz.
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